Lee de Forest - Uma vida dedicada a eletrônica


Lee de Forest nasceu em Council Bluffs, no Estado de Iowa (EUA), em 23 de agosto de 1873. Estudou na Universidade de Yale doutorando-se nesta mesma Universidade aos 23 anos de idade.
Por volta de 1897 inicio seus trabalhos no campo da telegrafia sem fio. As experiências feitas por Hertz o animaram a seguir este caminho e Forest foi um dos primeiros engenheiros a construir emissoras de telegrafia nos EUA.
Durante suas experiências no seu laboratório particular descobriu por exemplo que um bico de Bunsen podia servir de detector, quando dois eletrodos de platina eram introduzidos na chama. Esta invenção, à qual aliás Forest já deu o nome de Audion, não teve importância prática, mas posteriormente este mesmo nome foi dado à primeira válvula com três eletrodos, quando então tornou-se conhecido no mundo inteiro.
O Caminho do áudion com bico de Bunsen até a válvula eletrônica com o mesmo nome foi longo e difícil. Primeiramente Forest tentou substituir a chama de gás por um arco elétrico. Em seguida colocou o arco dentro de um vasilhame de vidro no interior do qual foi vaporizado sódio. Este aparelho já trabalhava um pouco melhor que arranjo antigo. Em seguida experimentou colocar dois fios incandescentes no vasilhame, aquecendo-os com corrente elétrica. Mais tarde substituiu um dos filamentos por um eletrodo frio, conseguindo assim o mesmo arranjo com o qual anteriormente já tinha experimentado Edison.
Finalmente Forest introduziu entre o filamento e o eletrodo frio (placa) um terceiro eletrodo (grade), o qual podia influenciar o fluxo de elétrons. Com isto estava idealizada a válvula termoiônica fundamental. A primeira patente a respeito foi requerida por Forest no ano de 1906.
Embora idealizada de início para a detecção de sinais de radiofreqüência, a válvula foi rapidamente usada para amplificação e depois também como gerador de radiofreqüência. No começo o seu inventor teve que lutar com grandes dificuldades financeiras e teve de deixar caducar suas patentes européias, por falta de dinheiro. Mais tarde porém as patentes americanas lhe proporcionaram rendimentos excelentes.
Além desta patente fundamental, Lee de Forest ainda obteve muitas outras, todas no campo do rádio e da eletrônica. Até 1958, aos 85 anos de idade, ainda trabalhava no seu laboratório, não por motivos financeiros e sim para aumentar o conhecimento científico, um trabalho ao qual dedicou toda a sua vida.
Lee de Forest, um dos grandes pioneiros da técnica eletrônica, faleceu em trinta de Junho de 1961, ficando o mundo moderno devendo grande parte de seu progresso a ele.

Creditos da matéria:
Revista Monitor de Rádio e Televisão- nº 161 de agosto 1961 - pag 46

Nuvistor


A companhia americana RCA lançou no mercado mundial em 1960 este novo tipo de componente termiônico, foi um esforço final da indústria para competir como então Transistor que surgia. Sabia-se que o tamanho das válvulas poderiam ser reduzidos assim que a tecnologia permitisse.
Ao se diminuir o tamanho dos elementos estruturais da válvula algumas das suas características podiam ser mantidas constantes, enquanto, outras melhoradas ou mesmo pioradas, enquanto não ocorrem alterações tanto na transcondutância como na resistência de placa, a eficiência do catodo e o desempenho em alta freqüência melhoram. Por outro lado, devido à elevação da densidade da corrente do catodo, tanto a grade como a placa trabalham em temperatura mais elevada, o que atua de uma forma adversa tanto para segurança como da própria vida da válvula. Pela diminuição das distâncias entre os eletrodos ou elementos estruturais evita-se efeitos dieletricos, permitindo que os mesmos operem com tensões menores, resultando maior vida útil do catodo, eliminando-se métodos de isolação, por meio de soquetes especiais aliados a condensadores.
Durante o seu desenvolvimento foram pesquisadas muitas tecnologias, finalmente os engenheiros optaram por uma configuração cilíndrica com extremidade aberta para facilitar o trabalho de miniaturização, cada eletrodo da válvula de forma reduzida e leve era fixado em seu suporte consistindo de uma estrutura cônica que por sua vez eram montados em uma pastilha cerâmica. Este conceito de estrutura rígida, metal cerâmica deu origem a um componente termiônico, de tamanho reduzido, leve e com altíssimo desempenho.O NUVISTOR foi lançado no mercado como triodo, tetrodo e finalmente como um pentodo de 5W, foi empregado como componente tanto para fabricação de equipamentos eletrônicos, quer para fins civis como militares. Após quase 20 anos de permanência no mercado como concorrente direto do Transistor em 1980, depois do fechamento da fábrica da Sylvania, sua produção foi descontinuada.

Dica de manutenção no sistema de sintonia


Ninguém se preocupa, na restauração, em fazer o esquema do sistema de tracionamento do tambor do variável. Por menor que pareça o risco de quebra da cordinha, na manutenção dos antigos valvulados, este tipo de acidente é alto. Além do ressecamento do material devido ao aquecimento a que está sujeito, essas cordinhas sofrem o tracionamento da mola do tambor e com o constante vai e vem para o ajuste de sintonia elas vão chegar em suas mãos, ou quebradas, ou logo lhe darão surpresas.

Dica de manutenção


A válvula 35W4 RCA ou HY90 PHILIPS (retificadora) tem uma derivação no filamento para ser usada na lâmpada piloto do Dial do rádio.Um curto acidental na hora da manutenção entre os fios da lâmpada piloto e o chassis do rádio podem danificar a retificadora permanentemente. Para que isto não ocorra é aconselhável revestir com um espaguete o soquete da lâmpada e os terminais dos fios nos pontos de solda.

De onde vem o termo "Rabo Quente"

Nos primeiros receptores sem autotransformador a cordoalha de alimentação dos equipamentos além da função de levar a energia tinha também uma capacidade resistiva que fazia com que ficasse aquecido, dai o termo que caracterizou esses equipamentos. Com o desenvolvimento das válvulas de 35, 50 e 12volts esses fios resistivos deixaram de ser usados porém os equipamentos continuaram tendo a denominação de "Rabo Quente".

A importância do Aterramento

Qual é a diferença entre o terra e o neutro, já que ambos possuem potencial zero? O fio neutro pode ficar “sujo” devido a fugas apresentadas pelos equipamentos elétricos presente na rede interna. Por exemplo, ele vem da rua com potencial zero, mas, devido aos equipamentos que existem em sua rede interna, houve uma fuga (que é normal) e o neutro passou a ter um potencial ligeiramente maior, digamos 3 Volts. Se comparado com o fio fase, então, a diferença de potencial baixou, nesse caso, 3 Volts. Mas, como os equipamentos elétricos normalmente possuem uma tolerância alta, essa queda na tensão não alterará funcionamento deles (a tensão baixou de 127 V para 124 Volts neste caso, o que fará com que os equipamentos continuem funcionando normalmente). Como a terra é uma fonte inesgotável de elétrons, o seu potencial é inalterável. Caso algum equipamento tente "sujar" o terra (como ocorre com o neutro), o excesso de tensão é encaminhado para a terra, mantendo o potencial elétrico sempre em zero. Um bom aterramento é conseguido enterrando-se uma haste metálica a dois metros de profundidade, no solo (por isso o nome Terra), e ligando-se o fio TERRA nela. Esse aterramento serve para qualquer aparelho elétrico.

Válvulas Eletrônicas


Desde menino, sempre tive a admiração pela eletrônica, me fascinava a maneira como um simples fio, ligado a uma tomada e um punhado de válvulas, conseguiam trazer as vozes a nossos ouvidos.
Do calor das válvulas, surgiu o calor pelo conhecimento e da paciência de um rádio-técnico, Sr. Aldo, como eram chamados os técnicos em eletrônica daquela época, vieram os primeiros aprendizados e o primeiro rádio galena.
Do curso por correspondência, do Instituto Técnico Monitor, veio o conhecimento técnico disponível na época. Porém as necessidades diárias, fizeram com que o sonho adormecesse, sem cair no esquecimento.
Do amigo de infância Celso Rodrigues, exímio técnico e conhecedor profundo da área de transmissão, sempre esteve presente o incentivo para que o ponteiro do s-meter não colasse e a bancada não ficasse muito tempo com o ferro de solda desligado.
Com o advento dos transistores e dos circuitos integrados, as válvulas eletrônicas no dito popular, ou, as válvulas termiônicas no jargão técnico, caíram rapidamente no desuso e no esquecimento, fazendo com que verdadeiras jóias do desenvolvimento da tecnologia, ficassem relegados a prateleiras empoeiradas em fundos de garagem, sem motivos para seu restauro ou manutenção.
Foi então idealizado este espaço com o objetivo de facilitar o intercambio de informações, material técnico, conhecimento, técnicas de restauro a “Saudosistas como Nós”.
Francisco Iglesias