As rádios perderam o trem da mudança



Créditos da matéria: Caros Ouvintes / ParaPensarPropagand aPor Nauro Rezende Júnior


Publicado em: DX Clube do Paraná - dxclube@yahoogrupos.com.br<>


Nos dias de hoje é muito comum associarmos algumas palavras ao mundo da alta-tecnologia. Porém, termos como cyber-cultura, multimídia e interatividade são bem mais antigos que os computadores pessoais e a internet.Por Nauro Rezende Júnior
Pouca gente se lembra, mas o rádio foi, sem dúvida, o primeiro meio de comunicação de massa com interatividade em tempo real. É claro que essa interatividade se dava de maneira diferente, via telefone, via auditório, mas a interação acontecia.
Era comum ouvir nas emissoras de rádio recados de namorados, oferecimento de músicas e mesmo o ouvinte ao vivo via telefone. Hoje, entretanto, poucas são as rádios que têm em sua programação lugar para essa interação.
Esse panorama tornou-se ainda pior a partir do final dos anos 1990, com a chegada da internet. A partir desse momento, as rádios, que eram o único meio rico em interação com os ouvintes, viram seu lugar ser tomado por um novo meio, desceram do trem da inovação e, com raras exceções, ficaram no terminal esperando o próximo passar.As primeiras rádios on-line surgiram no início dos anos 2000 e não estavam ligadas a nenhuma grande empresa de comunicação, muito menos a estações de rádio. Eram projetos de garagem, idéias de novas empresas de tecnologia ou mesmo o reflexo do desejo de expressão de grupos de adolescentes mundo a fora.
Nesse momento, muito se falou sobre o fim das rádios tradicionais e, mesmo com este panorama apocalíptico projetado, poucas foram as emissoras que se mexeram para entender o que eram essas rádios on-line e como elas, as rádios tradicionais, poderiam aproveitar esse novo mercado.
No ano de 2006, tive a oportunidade de discutir alguns projetos de entrada na web de várias emissoras e participei ativamente de dois deles. O que percebi naquele momento é que a maioria das emissoras do estado de Santa Catarina ainda estava sentada no banco da estação. Todos os projetos focavam a presença institucional da rádio na internet. Não havia preocupação com a interação com o usuário/ouvinte. Para essas emissoras, a internet era um folheto digital.
Hoje, em 2008, a internet se firma cada vez mais como grande veículo de comunicação do mercado, permitindo que as rádios desenvolvam a custos muito baixos, novos projetos comerciais, ações de responsabilidade social e a ampliação da base de ouvintes em âmbito global.
Porém, para as emissoras de rádio, a maior vantagem em investir forte em sua presença na web é a retomada da interação com os ouvintes. Pois, ao contrário do que se pensa, a internet não é uma rede de computadores é uma rede de pessoas. E é para essas pessoas, os ouvintes, que as emissoras devem olhar. Ferramentas para isso não faltam.
As emissoras que quiserem, em um futuro próximo, continuar a ter audiência, devem se levantar, entrar no trem e, de preferência, assumir o lugar do maquinista, pois se não o fizerem correm o risco de ter sua “fiel” audiência sintonizada na Kiss FM de Nova Iorque ou em qualquer outra rádio do mundo.
Interação, proximidade com o público, identificação e boa programação. Se existe um segredo para uma rádio tradicional fazer sucesso na web, ele com certeza está nesses quatro pontos.
O trem está de partida, e dessa vez é provável que ele não volte à estação.

A experiência do homem do campo e do radioescuta


Créditos da matéria:Huelbe Garcia publicado em radioescutas@yahoogrupos.com.br
Toda manhã, no programa do primeiro horário da Rádio Guaíba, o apresentador chama por telefone diversos colegas radialistas do interior do RS para relatar o tempo:"Em Rio Grande, tempo encoberto, 12 graus. Previsão de dia encoberto""Em Passo Fundo, chuva na madrugada. A mínima foi 4 graus. Previsão de tempo encoberto. 13 graus, umidade 80%".Mas hoje (pena que não ouvi com atenção), o relato foi surpreendente:"O homem do campo não usa aparelhos para saber do tempo, ele usa seu conhecimento. Ele sabe que quando o vento vira, em 2 dias é chuva certa. E tem a propagação - quando nós que usamos rádio, radioamadores, vemos que as ondas de nossa rádio são recebidas longe, que a propagação está aberta, sabemos que em pouco dias vai chover. O homem do campo sabe do tempo por experiência. Em Uruguaiana tempo chuvoso, cerração, 100% de umidade e 12 graus. Bom dia!"
:)

A história da válvula


Crédito da matéria: João D.C. Azzolin

Ao acender a primeira lâmpada elétrica em 1879, Thomas Alva Edison não imaginava que também estava fazendo nascer à técnica que proporcionaria a construção da primeira válvula de rádio. Sabemos que aquela primeira lâmpada consistia em um filamento de carvão colocado dentro de uma ampola de vidro, na qual era produzido o vácuo. Apesar do sucesso inicial, algo começou a preocupar o inventor. Depois de algumas horas ligada, a lâmpada apresentava um certo enegrecimento em sua ampola de vidro, reduzindo, portanto a luminosidade. Estudando o fenômeno, concluiu Edison que partículas de carvão se desprendiam do filamento em direção à ampola, causando seu enegrecimento. Em uma das tentativas de resolver o problema, colocou dentro da lâmpada e em paralelo com o filamento, um segundo elemento que consistia em um simples fio metálico. A intenção era que este novo elemento retivesse as partículas de carvão, evitando assim que atingissem a ampola. Conectando este fio a uma tensão positiva, notava-se uma deflexão no galvanômetro conectado em série, indicando uma passagem de corrente entre este novo elemento e o filamento da lâmpada. Confirmou-se então a suposição de que o novo elemento solucionaria a questão do enegrecimento. Concluiu então Edison que a corrente que circulava entre o filamento e o fio metálico (que hoje chamaríamos de placa) não circulava através do vácuo, mas sim através das partículas de carvão emitidas pelo filamento. Observou também que ao aplicar uma tensão negativa ao novo elemento, o galvanômetro nada indicava, concluindo, pois que a corrente circulava em um único sentido. Embora não o tenha conseguido explicar convenientemente, batizou a nova descoberta como "EFEITO EDISON”, fato este levado a público em 1883. Em verdade sem o saber, Edison havia construído a primeira válvula termiônica. Outros pesquisadores haveriam de prosseguir os estudos sobre a descoberta de T. A. Edison, assim é que em 1895, W. R. Preece, na Inglaterra estudou mais profundamente o fenômeno, chegando a conclusões bem mais concretas. Concluiu Preece que partículas carregadas de eletricidade negativa, eram emitidas pelo filamento e atraídas pelo segundo elemento carregado com eletricidade positiva e repelidas pelo mesmo, quando carregado negativamente (emissão de elétrons). Apesar do estudo mais aprofundado, não ocorreram a Preece quaisquer usos práticos, resultantes das conclusões a que chegou. O assunto caiu no esquecimento e somente nove anos mais tarde, em 1904, outro pesquisador inglês, “John Ambrose Flemming" daria prosseguimento e obteria o primeiro resultado prático. Ao contrário de Edison e Preece, que utilizaram como segundo elemento, apenas um fio metálico, ao professor Flemming ocorreu à idéia de envolver todo o filamento da lâmpada com uma placa metálica. Como resultado obteve correntes muito maiores circulando entre o filamento e a placa observando que também variavam de intensidade de acordo com o diâmetro da placa e a distancia desta em relação ao filamento. A primeira válvula "diodo" de uso prático estava criada, pois Flemming teve a feliz iniciativa de usá-la como detector de ondas radioelétricas. Os detectores existentes na época como o "cohesor" de Branly , o detector magnético de Marconi, o detector eletrolítico de Ferrié e até mesmo os detectores de cristal de galena e outros, tinham pouca sensibilidade e proporcionavam resultados bastante precários. A válvula diodo de Flemming como detetora era de um desempenho sensivelmente superior, tornando possível à recepção a maior distancia para as emissões radiotelegráficas à "chispa" da época, para a mesma energia irradiada.
Alguns anos mais tarde, em 1907 seria anunciada ao mundo a mais importante conquista para as radiocomunicações de que se tem notícia até o advento do transistor: a válvula "triodo". A honra coube a um brilhante pesquisador norte americano chamado "Lee De Forest". Estudava De Forest a experiência de Flemming, reproduzindo-a ao ar atmosférico, pois não possuía meios para levá-la a efeito no "vácuo" como fizeram Edison, Preece e Flemming. Para tanto utilizava uma haste metálica (cátodo) que era aquecida a gás, com um bico de Bunsen. Como a chama não podia ser interceptada, circundou-a com uma tela metálica conectando-a a uma fonte de tensão positiva. Ao efetuar as medições, os resultados obtidos embora menos evidentes, foram suficientes para comprovar os estudos de Flemming. Segundo relatos da época, De Forest acrescentava alguns sais ao cátodo, avaliando os resultados quando lhe ocorreu colocar uma segunda tela metálica (grade) entre a placa e o cátodo, para conter a chama que poderia estar influindo nos testes. Observou De Forest que conectando esta segunda tela (grade) a um potencial negativo, a corrente medida entre a haste (cátodo) e a tela externa (placa), era interrompida, porem quando ligada a um potencial positivo a corrente voltava a circular. De Forest repetiu a experiência, desta vez no vácuo e pode então constatar que uma pequeníssima variação na tensão aplicada à tela intermediária (grade) se traduzia em uma grande variação da corrente de placa, concluindo e comprovando que a válvula não só detectava, como também amplificava os sinais aplicados à grade. Assim nascia a primeira válvula de três elementos (triodo), batizada por De Forest com o nome de "AUDION" Outros pesquisadores dariam prosseguimento aos estudos de De Forest no aperfeiçoamento das válvulas, acrescentando outros elementos e melhorando a eficiência. Milhares de válvulas de diversos tipos e para variados fins foram fabricadas, tendo a produção começando a declinar nas ultimas décadas, sendo gradativamente substituídas pelos semicondutores. Atualmente o uso das válvulas está restrito a alguns serviços de radiodifusão, uso industrial, hospitalar, radioamadorístico